terça-feira, 6 de outubro de 2015

Cicloativistas Anônimos


Os cicloativistas anônimos pedalam muito mais do que você. Não ligam se é Shimano ou Sram. Não estão nem aí se o pedivela for monobloco, aliás nem sabem o que é isso. Lubrificante “wet” pra corrente? Óleo Singer sempre foi e sempre será o ideal. Nada de roupa colada, capacete, luvas, luzes ou qualquer parafernália. Já usavam bike “single” muito antes de virar moda na cidade. Falando em cidade, eles pedalam por ela há décadas, e estarão pedalando mesmo se “a onda da bike” passar. Suas magrelas são de aço carbono, mas eles não sofrem nem reclamam disso. Melhor, podem soldar à vontade. Não têm medo de ladeira nem vergonha de subir empurrando. Como disse, eles pedalam muito mais do que você.


Cicloativistas Anônimos talvez sejam os mais legítimos dos que acreditam na bicicleta. Bem, ele não só acredita como faz dela sua realidade. Não está atrás de likes. Não que isso seja errado, mas é que Cicloativistas Anônimos não estão pela causa, estão pela praticidade.


Nunca são fotografados para ilustrar matérias (tá eu não fotografei ninguém aqui, mas não vou colocar fotos sem autorização, né?), nem são ouvidos quando uma ciclovia nova é inaugurada. Não devem ser fotogênicos o suficiente para vender a causa, na mente de alguns. Mas graças a eles, a verdadeira indústria da bicicleta brasileira roda, abastecendo bicicletarias de periferia, com peças muitas vezes de qualidade, mas sem grife. Aquela bicicletaria cheia de bikes usadas penduradas à venda, onde do lado da bomba de ar sempre tem um tanque cheio de água preta.



São cidadãos simples, que sem fazer alarde preenchem as estatísticas há muito mais tempo do que as próprias estatísticas existem. Não endeusam a bicicleta, tavez nem saibam o bem que fazem ao planeta. Apenas usam a magrela para o que ela foi feita: ir do ponto A para o ponto B.

Cicloativistas anônimos, o meu total respeito e MUITO OBRIGADO.

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