quinta-feira, 25 de abril de 2019

Reviravoltas e volta. Descobri que para pedalar, beleza é fundamental.


Olá pessoal! 

Os últimos tempos foram cheios de mudanças, e vejam só: para melhor!

Ano passado voltei para a propaganda, depois de um ano metido a dono de pizzaria. Definitivamente, foi um aprendizado e uma experiência que abriram minha mente, ao mesmo tempo tudo isso me elucidou de diversas maneiras.

Adquiri uma bicicleta nova dois dias depois de fechar a pizzaria, um mês antes de começar no meu emprego atual. Na ocasião, estava bem atrofiado, qualquer pedaladinha ardiam as coxas. O escritório ficava na Vila Mariana, uns 2,5km de casa, por vias acidentadas mas pedaláveis. Estava muito feliz, pois tinha voltado a trabalhar com algo que sempre fiz e gostei, e o melhor: tinha voltado a pedalar, coisa que praticamente abandonei depois de 2015.

O interessante é que, depois de um ano longe desse mercado, sinto que voltei melhor. Consigo condensar mais e melhor minhas idéias. Acho que sem querer querendo, tirei meu ano sabático.


Revira

Só que uma semana depois de começar, uma notícia: iríamos mudar para o Ipiranga. Se essa notícia soou boa ou ruim, não lembro. Mas lembro que a primeira coisa que pensei foi na bicicleta! Será que teria que abandonar o modal?

No fim de semana seguinte, fiz um pedal de teste até o novo escritório e… ok. 5km por trecho, nada de absurdo. O desafio estava na sabidona da Luís Goes, morro acima. 50m de altimetria em 1km, será que aguentaria a paulada todo dia?

Vencer todo dia 50m de elevação em 1km pode ser baba pra maioria, mas pra mim não.

Então comecei pedalando dia sim, dia não. Percebi que, depois de uns meses, minha vontade de pedalar foi diminuindo. E por dois problemas: a altimetria e a hostilidade do trecho. Subir a Rua Luís Goes era um tormento, não pior do que pedalar pela Ricardo Jafet, tomando finas educativas de carros e ônibus ou pelas ruas esburacadas e nada agradáveis do Ipiranga. Zero ciclovias pelo caminho, o tempo todo em alerta máximo. A sensação de insegurança era grande, e confesso: beleza é fundamental pro pedal. As ruas do Ipiranga nada tinham de bonitas ou sequer passavam sensação de segurança. Tinha medo real de ser roubado em qualquer esquina.

O tempo passou, o verão chegou e fui deixando a bike pendurada novamente. A soma de calor excessivo + trecho desgastante + hostilidade me afugentaram do pedal. Até dezembro eu pedalava 2 a 3 vezes por semana. Sonhava em tornar isso uma rotina diária, mas infelizmente por conta dos problemas acima, isso não aconteceu. Não que não gostasse do escritório atual, mas morria de saudades da facilidade de acesso da Vila Mariana. Até tentei outras alternativas para não abandonar o pedal, como fazer passeios noturnos ou no fim de semana. Mas acho horrível sair pra pedalar por imposição, e não por praticidade. Na minha cabeça, considerar que ‘eu preciso pedalar porque faz tempo que não pedalo’ torna a bicicleta algo sem graça. Por mais que goste de pedalar, não vejo a bicicleta como um instrumento fitness ou lazer. É um meio de transporte. Seria como acordar um dia e pensar ‘faz tempo que não ando de ônibus, de hoje não passa’.


Volta

Nesse meio tempo, minha agência precisou de um espaço novo e foi anunciado que nos mudaríamos novamente. Uma mistura de esperança e receio me tomaram, pois tenho menos de uma hora entre sair do trabalho e buscar meu filho no berçário. Se nos mudássemos para longe, teria que procurar outro emprego ou escolinha. 

Depois de umas semanas rangendo os dentes, uma feliz notícia: nosso novo quartel seria na Avenida Paulista, no alto do Conjunto Nacional. Acreditem, estou 2,5km mais longe de casa em comparação ao Ipiranga. Lá totalizavam 5km e aqui 7,5km. Porém o trecho é praticamente todo plano e 80% por ciclovias! Eu consigo chegar em casa em 30 minutos, sem acabar com meu fôlego e por um caminho muito agradável. Agora, o melhor: pedalo todos os dias! 

Tapete vermelho visto do vigésimo andar.

Desde 2015 que não pedalo tanto, com tanta frequência e tão bem. Posso dizer que finalmente estou voltando a ser aquele ciclista urbano que tanto sentia falta. Meu maior prazer ao pedalar é fazer isso por ser útil, por agregar à minha vida e não porque ‘é saudável/ ecológico/ legal. É o meio de transporte que melhor me identifico.

Quanto tempo isso irá durar?

Será que minha empresa se mudará para um lugar de difícil acesso de novo?

Será que eu mudarei para uma empresa distante?

Será que vou enjoar do rolê?

Ah, são taaantas perguntas... 😁

Não sei, estou vivendo o hoje.

E hoje tá muito bom.