segunda-feira, 20 de abril de 2015

Enfim, Berioga.


“O prêmio pode até ser o prazer de chegar ao litoral de forma diferente, saudável e feliz”

Escrevi esta frase no segundo post deste blog, no dia 4 de novembro de 2013. Na época, descer a Mogi-Bertioga era algo libertador para mim, um passaporte ao cicloturismo. É uma cicloviagem deliciosa, passando por muitos tipos de vegetação e numa estrada gostosa de se pedalar. O trecho de serra exige atenção, tanto nos freios quanto com quem vem atrás. Por sorte havia neblina e bastante movimento, assim a minha velocidade média na descida (35km/h!!!) não ofendia a pressa dos motoristas, e em poucos momentos fui ultrapassado, mas sem nenhum susto.

De certa forma, sair do planalto e chegar ao litoral de bike tem um impacto psicológico maior do que o próprio desafio. Quando postei fotos da minha viagem ao Caminho do Sol no Instagram, houve uma recepção morna por parte dos meus amigos e contatos. Nenhum comentário, mesmo eu escrevendo que estava no km 40, 140, 220. Só curtidas de algumas pessoas.

Mas quando eu postei uma foto da minha bike na Mogi-Bertioga e depois outra foto já do mar, minha timeline bombou. As pessoas comentavam incrédulas, impressionadas. Achei curioso que uma viagem de 60 km, onde existem poucas subidas, impressionar mais do que uma viagem de 200km por montanhas, terra e muito sol. Parece que a nossa Serra do Mar tem uma imponência intimidadora, como se ela fosse uma fronteira inóspita onde só veículos motorizados têm capacidade de vencê-la. Passei de bike apenas segurando o freio, mas parece que derrotei um gigante rsrsrs.

A boa sensação por completar este trajeto se deve mais por cumprir uma meta que estabeleci, algo que sentia estar devendo e sempre que planejava sua execução, eu adiava. Nesta semana mesmo, tomei um tombo com minha bike nova, caí de peito no chão e me ralei todo. Braço, ombro e coxas doendo, cotovelo até inchou. Estava em vias de cancelar novamente a descida, mas no sábado as dores diminuíram bastante e resolvi encarar. Graças a Deus!

Vejam algumas fotos que fiz pelo caminho:

Depois de uns 6km da estação de Mogi, a estrada começa.

Agora minha bike atente por Bessie Smith.

Sorte que a balança é só para caminhões, porque se me pesassem, teria que voltar heheheheh.

Essa placa me traz 2 preocupações: uma de que não terá acostamento e outra de que será uma subida chata.

Sua salada pode ter vindo daqui. Aliás, que cheiro delicioso de mato!

Não resisti e parei para comer um pastel de "flango" com uma garapa geladinha. Uma delícia essa massa! Quero repetir!

Aqui a vegetação começa a mudar. E a temperatura, a baixar.

Passando por municípios que nem sabia que existiam.

A placa do amor, da alegria, da ansiedade, que nos faz levantar do selim!

Numa das primeiras áreas de descanso, há este monumento e uma bica d'água.

Em outra área de descanso, pode-se fotografar essa cachoeira linda.
Ainda bem que as nuvens (e a garoa) estavam ficando para trás!

Ao horizonte, o mar. Abaixo, o rio que corre em direção ao mar. Adorei essa foto!

Já na baixada, logo após o final da serra. Olha ela lá atrás...

Seguindo em frente numa monótona reta de uns 6km.

Enfim chego ao trevo de Bertioga.

Por aqui vou até a entrada principal da cidade, uns 15 km à frente.

Aqui encontro o terceiro tipo de vegetação desta cicloviagem.

Já na cidade, pela ciclovia. Bem arrumadinha, aliás.

Caçando ângulos para valorizar as praias do centro da cidade.

No canal.

Total pedalado até a rodoviária: nada mal!

Esperando o ônibus para embarcar de volta. Cicloviagem delícia!

Rota que fiz. Exatamente o que projetei em 2013.



Resumo da altimetria: sobe, desce, sobe desce, deeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeesce, reto.


Confesso que Bertioga me decepcionou um pouco. Fazia anos que não passava por lá, achei a praia do centro bagunçada e feia. Não gostei do calçadão e do caos da praia lotada. Conheço a Boracéia, Riviera e outras praias, nenhuma maravilhosa, é claro, mas essa do centro não me agradou nem um pouco. Não tive vontade de passear por lá e peguei o primeiro ônibus de volta. Estava feliz pela cicloviagem em si.

Voltei de ônibus pra Mogi, depois pra casa de trem. O ônibus da Breda não era ruim, mas o bagageiro é horrível! A bike tem que ir deitada por falta de espaço, se eu não tivesse tido a idéia de colocar minha mochila entre o piso e a bike, ela teria chegado toda arranhada e talvez com o freio traseiro amassado. Ponto para o motorista, que foi atencioso na hora do embarque.

Sobre a bike: Apesar de usar guidão borboleta há mais de um ano, o curioso é que foi a primeira vez que viajei com ele. Em novembro, quando fui pra Guararema, estava usando um guidão comum. Também é a primeira vez que uso pneus slick 1.5 na estrada, apesar de usá-los grande parte do tempo. A bike se portou bem, os freios à disco mecânicos fizeram sua parte na descida, mesmo com a chuva nos primeiros kms. No final, eles ficaram um pouco mais fracos, mas ainda eficientes. Uma regulagem ao chegar em casa os deixou perfeitos novamente. Estimo mais de 1.000km com eles e as pastilhas estão em meia vida.

Domingo, 19 de Abril de 2015 - Dia do Índio
Km pedalados: 63 e um tiquim.
Baixas: Um par de óculos velho
Custos: R$7 de trem/metrô, R$9 do pastel com garapa e R$20 da passagem de volta.  Total R$ 36,00.

Até a próxima. Cicloabraços!






















sábado, 18 de abril de 2015

Nova roupagem pra uma velha companheira.


Nesta última semana passei por uma grande decepção com o quadro que havia comprado há apenas oito meses da Vzan, conforme relatado no post anterior. Mas a vida é feita de oportunidades, então surgiu um quadro de Caloi Vitus.

Transportei todos os componentes para o novo quadro, com excessão do descanso, do canote e sua abraçadeira. Por sorte, tinha essas peças sobressalentes da velha e boa Mocinha.

O quadro tem medidas menores, mas fortunadamente encontrei uma posição bastante confortável e ouso dizer que melhor que na Vzan. Ter suporte para 2 caramanholas e furos para bagageiro tornam esse quadro especial. Aliás, seu desenho é muito semelhante ao da Caloi Elite 2.7, o que me dá tranquilidade quanto à qualidade de sua construção. 

Essa bike nasceu como Soul e ganhou o nome de Mocinha, depois mudou pra Vzan e foi rebatizada de Brisa e agora como Caloi, ganhou o nome de uma diva do jazz: Bessie Smith.

Amanhã, domingo, se o dia nascer feliz, ela vai passear bastante.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Quadro condenado. Parabéns, Vzan.

Isso não é novo, nem exclusivo de apenas uma marca. Mas é muito chato:

Perigosa fissura na região de solda do toptube. Rompeu, é queixo no asfalto.


Há 8 meses comprei um quadro Vzan VZXC 26 tamanho 21. Usei apenas em asfalto, cidade e um pouco de estrada. Uns 3 mil kilômetros. Canote pra dentro em mais de 15 cm.

Descobri essa fissura depois de limpar o canote e jogar WD dentro do seat tube. A rachadura se revelou após o líquido vazar por ela. Quanto tempo ela estava ali? Só Deus pode responder.

Engraçado, sempre ouvi falar muito bem da Vzan, seus aros são ótimos e nunca me deixaram na mão, mas é a segunda vez que tenho problemas com produtos deles em menos de um ano. Em Outubro de 2014 tive que trocar 2 vezes o eixo traseiro por este se romper. Usando apenas na cidade. Depois de quebrar 2 vezes, decidi trocar a roda inteira por outra marca.

O curioso é que essa linha de quadros não está mais disponível no portfolio de produtos deles.

O vergonhoso foi descobrir que o quadro tinha garantia de apenas três meses.

Estou triste, foi o quadro que melhor me adaptei,  minha bike estava perfeita.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

[AO VIVO] Contador de Ciclistas na Faria Lima.

Bem bacana essa iniciativa:

"Projeto experimental de contagem de ciclistas utilizando webcam de baixo custo e software livre."

Até agora ( 9/4/2015 - 13:35h), o sistema registrou 940 ciclistas.

Cai por terra o fraquíssimo argumento de que ciclovias paulistanas sempre estão vazias.

Assista ao vivo no Youtube:



quarta-feira, 8 de abril de 2015

Mochila de hidratação. Ou não.

Está aí uma dica para quem quer se manter hidratado e tem preguiça de abaixar pra pegar a garrafinha: mochila de hidratação.

Essas mochilas são práticas e eficientes, mas feias e sem graça! Então o colega aí resolveu deixar a sua mais estilosa. A criatividade dele pode ser justificada ao ver qual o "isotônico" ele usa.



Tudo bem que muito provavelmente, a última coisa que o cara estava pensando era em hidratação. Duvido que o cara pedale, mas fica a dica aí.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Quanto pai na forca!


 Noite. Saída do Ibirapuera, perto da passarela Ciccillo Matarazzo . Algumas pessoas chegando com seus carros para dar uma corridinha, outras saindo. Ciclistas na maioria em trânsito, indo para suas casas depois do trabalho.

Vou num ritmo médio de 15 km/h. Sou ultrapassado por um cara esbaforindo, girando o pedivela como se não houvesse amanhã, daqueles que não sabem bem usar a relação direito, heheheh. Após ele me passar, se “estabiliza” uns 10 metros à frente e passa a manter um ritmo semelhante ao meu, vez ou outra olhando rapidamente pra trás e dando rápidas aceleradas, para continuar na frente.

Passam alguns quarteirões e “chegamos” a uma ciclofaixa. Outro ciclista me ultrapassa e ao ver o outro à minha frente, dá uma forçadinha e ultrapassa ele também.

O meu colega da pedalada frenética então fica em pé, pedala como se fosse levantar voo e ultrapassa o novo "rival", que não contente e troca de marcha, disparando à frente e assim os dois vão embora. Até onde minha vista viu, último ciclista venceu.

Venceu? Me pergunto pra que isso. Não é de hoje que percebo que os ciclistas trazem os vícios do carro para a bicicleta. Uma necessidade urgente de “estar na frente”, de ser o dono da rua, de ir mais rápido, melhor, mais foda… ao invés de curtirem a pedalada e relaxar, continuam a alimentar o estresse.

Esquecem do principal benefício da bicicleta: prazer.

Parafraseando a mãe do Supla, relaxa e goza. De bike você já chega antes.