sábado, 16 de novembro de 2013

Recomendo: buzina eletrônica


Pedalar na cidade exige alguns cuidados, o principal é ser notado.


Luzes, refletores, roupas claras e buzina. Antes eu tinha apenas um sininho que fazia um "trim-trim" que nem eu escutava. Há outras opções no mercado, aquelas "cornetas" que lembram bombas de pneu. Fazem barulho, mas são trambolhos que exigem que se tire a mão do guidão para acionar. Algo lento e perigoso. 

Nesta semana vi um ciclista com este sistema que lhes mostro. Parece um irritante alarme de carro, que funciona com uma bateria 9v e é acionado por um botão facilmente instalado do lado da manopla. Uma maravilha! Muito leve, acho que nem 50g. O valor? R$29,00! 






Super recomendado.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Mobilidade urbana.

Incrível como a vida dentro de um carro torna as distâncias menores, ao mesmo tempo em que as tornam maiores.

Ando em média 13km por dia, e nos domingos chego a andar 20, 30, 40... depende pra onde eu vou, do meu roteiro espontâneo.

Hoje fiz algo diferente do meu cotidiano: fui ensaiar com minha banda, de bike! O estúdio fica a 15km do meu trabalho e a 20 de casa. Totalizando, hoje pedalei 40 km, dentro da média de um fim de semana. Nada absurdo e até tranquilo.




O mais engraçado é que sempre achei que seria loucura ir de bike pro estúdio, mas - mais uma vez - era tabu da minha cuca. Se eu falar na mesa do bar, vai parecer loucura mesmo:  dizer que saí do bairro da Saúde, passei no Ibirapuera, depois Faria Lima, Pedroso, Praça Panamericana, USP, Sezefredo e finalmente em Osasco? Loucura!

Então, repito a primeira frase deste post:  "incrível como a vida dentro de um carro torna as distâncias menores, ao mesmo tempo em que as tornam maiores."

Quando somos reféns das quatro rodas, até a padaria parece distante sem elas.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Ciclista X Motorista

Para os ciclistas: vale à pena assistir, tem só um minutinho.

Para os motoristas: o vídeo tem um minuto, desculpe.
Talvez não dê tempo para você assistir. 

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Sobre Meninos e Morros.


Este beco é aqui perto de casa e me botava medo, mas não era de assalto. Acontece que há uns anos quase desmaiei por subir estes pouco mais de 60m de ladeira, debaixo de um sol escaldante e pesando mais de 160kg na época.

Anos se passaram, operei do estômago e mudei meus hábitos. Tinha me tornado um ciclista que pedalava diariamente, porém ao chegar no pé deste beco, olhava para o alto e ficava assustado com o tamanho do aclive. Então pegava minha bike e contornava a rua ao lado, que tem uma subida menos acentuada, porém num percurso 5 vezes maior. Aquele beco continuava estranhamente assustador. Um paredão!

Um dia me cansei do meu pensamento derrotista e fui decidido a subir este barranquinho. Poxa, estava pedalando havia algum tempo, todos os dias praticamente. O que poderia acontecer de errado em um percurso tão pequeno? Se não conseguisse era só descer da bike e empurrar. Ou voltar e fazer o percurso mais longo. Simples assim.

Para minha surpresa e felicidade, naquele dia eu subi o barranquinho em menos de um minuto! Cheguei lá em cima esbaforindo, mas feliz. Dei um sorriso e continuei o caminho. No dia seguinte, fui lá de novo e venci. E assim foram meus dias: chegar no pé do barranco e subir pra primeira marcha, jogar na coroinha e pedal acima!

Depois de uns dias, nem lembrava mais de que este beco me assombrou. Lembro de uma vez ter parado no final do percurso e olhado para baixo, pensando: "Você até que não é tão alto assim".

Isto me fez pensar no quanto deixamos de ousar, experimentar e colher frutos novos por conta de nossos medos, tabus e limites auto-impostos. O beco não ficou menos íngreme nem mais curto. Quem mudou fui eu. E se minha cabeça não mudasse a ponto de querer isso, talvez este beco jamais deixaria de ser impossível.

A fé move montanhas? Sim. Mas ela muda o SEU modo de ver a montanha.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Primeiro projeto de cicloaventura!




Tenho feito estudos de cicloviagens de um dia e graças a Deus tenho conseguido bastante informação na internet. Morando em São Paulo nós temos à disposição boas rodovias, malha ferroviária e empresas de ônibus de viagens acostumadas com cicloturistas. Conhecendo meus limites e disponibilidade, pude com tranquilidade definir quais rotas eu poderia fazer em um dia, sem correr perigos de assaltos ou acidentes. Tudo depende de mim e do meu controle defensivo como condutor.

Inicialmente havia estudado pedalar o trecho oeste do Rodoanel, partindo de Osasco e chegando até Mauá, passando pelas represas Guarapiranga e Billings, um visual tremendo. Porém, lendo relatos na internet soube que neste trecho ocorrem muitos assaltos, e um ciclista solitário poderia passar bons apuros por lá. Abortei - por ora - este plano e passei a focar no trecho Mogi das Cruzes - Bertioga.

Partindo da estação da CPTM de Mogi e com destino à rodoviária de Bertioga, são 58km relativamente tranquilos de viagem. Algumas subidas, algumas descidas, um trecho de serra rápido sem acostamento e depois disso, grandes retas na baixada. Não são só maravilhas, pois pedalar na estrada exige cuidado redobrado, pois os veículos estão em alta velocidade. No trecho de serra não há acostamento, o que me fará pedalar uns 12km olhando mais para o retrovisor. Para minha sorte existem diversos cicloturistas que fizeram este caminho e postaram suas experiências na internet. Tem gente que desce até com bike dobrável. Basta ser cauteloso e concentrado.

Não há muito segredo: é levantar bem cedo num domingo (espero que neste mês ainda), colocar um kit de ferramentas básicas no bagageiro, kit de reparo de pneu, câmara reserva, bomba (claro), duas caramanholas de água, uma muda de roupas reserva, algumas barras de cereais e frutas para degustar na hora do descanso na estrada. Pegar o metrô, descer no Brás e tomar o expresso leste até Guaianazes. De lá seguir viagem até Mogi das Cruzes. Cruuuuzes! Só neste trecho serão umas 2 horas. Terei que sair de casa umas cinco da manhã para começar o pedal ainda com o sol fraco.

Altimetria do trecho.


Comprarei antecipada a passagem de volta para São Paulo, para evitar sustos. Horário das 19 ou 20h, assim terei o dia inteiro pra chegar em Bertioga sem pressa nem esforço, com tempo de sobra para curtir a brisa do mar e comer uns camarões. Creio que com uma pedalada intensa, chegaria antes do meio dia. Mas em uma cicloviagem o importante não é chegar, mas a viagem em si! Parar muitas vezes, sentir o ar puro, fazer muitas fotos, reparar em coisas que nunca reparamos quando passamos de carro e ainda se dar ao luxo de gritar de alegria quando vir a famosa placa de "trecho de serra". Isso que será o principal!

O prêmio pode até ser o prazer de chegar ao litoral de forma diferente, saudável e feliz. Olhar pro mar sem ter sido refém de praças de pedágio e filas para estacionar. Mas muito mais que isso: é dedicar um tempo a si mesmo e acrescentar mais uma história para contar um dia. Chegar em casa cansado, trabalhar na segunda quebrado, mas feliz e com a mente dez, vinte anos mais jovem.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Iniciando!

Bem, primeiramente obrigado pela visita. 



Por que Bikedemia?


Antes de criar este blog, visitei inúmeros outros. Quanto mais lia sobre ciclismo, cicloviagens e mobilidade urbana, mais me tornava um apaixonado por bicicleta. Então concluí que se eu também postasse minhas pequenas experiências no mundo das duas rodas, poderia contribuir para que mais pessoas se interessassem, e assim por diante. Uma epidemia. Uma bikedemia. 






Gabriel Hansen, ciclista (!?)

Sou um paulistano nascido em 1977 e ex-sedentário. Minha vida ciclística até 2012 se resumiu à infância.

Redescobri a bicicleta em Agosto de 2012, dois meses após fazer uma cirurgia de redução de estômago (pesava incríveis 184 kg). Depois de meu médico dizer: "-Você precisa fazer exercícios físicos para ajudar na redução de peso!", passei a fazer caminhadas. Já havia perdido mais de 20kg e duas vezes por semana eu fazia uma caminhada do trabalho até em casa, o que dá 5km. Diziam que em breve eu estaria mais disposto para começar a correr, fazer academia.


Mas sempre achei bizarro o fato de entrar em forma via academia. Nossa vida é tão corrida na cidade, pensar em ir num lugar fechado, tv ligada passando novela enquanto você corre na esteira é algo que mais me faria mal do que me beneficiaria. Realmente a idéia de correr, frequentar academia e todo esse universo "in-door" me desanimava.


Para minha sorte, 1/3 da minha caminhada era atravessando o parque do Ibirapuera. Da primeira vez que fiz, estava muito feliz. Andei distraído, olhando a natureza daquele parque que há anos não visitava. E essa distração fez com que eu andasse na ciclofaixa sem perceber! E foi assim que ouvi um "trim-trim" de advertência, e com o susto um ciclista passa por mim, cheio de luzes pisca-pisca. Foi então que minha mente se abriu! BICICLETA! É claro! Pedalar era divertido, emocionante, e remetia à infância. Decidi que assim que eu chegasse a um peso suportável, eu compraria uma bicicleta. Como havia operado e comia muito pouco, passei a caminhar mais, selecionar melhor minha alimentação e em consequência disso, a cada subida na balança, o plano da bicicleta passou a ficar cada vez mais próximo.






A primeira bike, Caloi Aspen.

O tempo passou. Era 10 Fevereiro de 2013 - Domingo de Carnaval. Após uma busca com orçamento limitado (quantos não começaram assim?), encontrei no Mercado Livre uma pessoa vendendo uma Caloi Aspen novíssima. Na minha mente? Caloi + novíssima + 21 marchas+ preço bom = ótimo negócio. Fui lá e comprei. Mesmo porque, não sabia se me adaptaria ao ciclismo e não queria investir em algo que talvez fosse um fogo de palha. R$ 350 era um preço bom para um investimento que ainda era duvidoso. Lá estava eu, 20 anos depois, em cima de um selim na ciclofaixa de lazer. Um quase tombo na primeira curva, uma marcha desregulada, muita respiração ofegante. Mas isso tudo era segundo plano.

NADA foi mais prazeroso naquele dia do que escutar o barulho da catraca. Soa meio bobo, mas aquilo me remeteu à infância. "Tititititititi…", não sei se a onomatopéia está correta, mas eu senti que estava voltando a um mundo que eu havia abandonado sem querer. Não falo de infância nem nada fantasioso quando me refiro a um mundo que eu abandonei. Me refiro à LIBERDADE. Pedalar me dava prazer! Prazer de sentir o vento no rosto, as pernas mais rígidas, as pessoas te olhando, as subidas vencidas, o corpo saudável, a mente em paz. Troquei o carro pela bike TODOS OS DIAS. Meu caminho de 1h para casa podia passou a levar apenas 25 minutos, e o tempo que economizo quase sempre gasto pedalando mesmo. Todos os dias, acrescentei momentos de esporte e lazer em minha vida! Nos fins de semana passei a passear em quase todas as ciclofaixas da cidade.



Ciclovia da Marginal Pinheiros: Prazerosa surpresa.

Adicionei uma rotina à minha vida que, além de me livrar da academia e me fazer mais saudável, não rouba um segundo sequer do meu dia. E mais: posso acordar mais tarde se quiser. Posso fazer mil caminhos novos, evitar ruas de tráfego intenso ou me impor desafios: "hoje vou encarar a ladeira tal". Isso tudo resultou num Gabriel 64kg mais magro, e reduzindo! A cirurgia foi determinante para meu sucesso, e a bicicleta me matém em forma e ajuda a mente a permanecer no lugar.







E os meses se passaram...

Hoje, nove meses depois da primeira pedalada, troquei minha Aspen por uma Soul Ace. Mais leve, confortável e pronta para maiores aventuras. Me tornei um Gabriel mais feliz, humilde e saudável. Um entusiasta apaixonado por bicicletas, que agora planeja pedaladas maiores, as sonhadas cicloviagens. Meu google Earth está todo rabiscado, com várias ciclorotas de um dia. Ano que vem pegarei uns dias de férias e já estou planejando uma cicloviagem de no mínimo três dias.

Vida nova! Simples assim. 

Quero agradecer a Deus pela oportunidade de uma vida nova, concedida a mim em forma de bicicleta. À minha noiva Denise, que apesar do medo no início, herdou minha Caloi Aspen e dá suas pedaladinhas. Minha mãe que aturou a bicicletaria experimental na casa dela, e muitos panos sujos.





Mais agradecimentos.

Agradeço também alguns blogs e sites que visito regularmente, que me inspiram e me orientam sobre muita coisa nessa Bikedemia:

PEDAL - http://www.pedal.com.br

VÁ DE BIKE - http://vadebike.org
PEDALANDO COM O ANTIGÃO - http://pneunaestrada.blogspot.com.br
CSROCHA PEDALADO - http://pedalbyrocha.blogspot.com.br
CICLOTURISTA - http://www.bemvindocicloturista.com.br
PESO PESADO - http://pedalpesopesado.blogspot.com.br