quarta-feira, 8 de setembro de 2021

E-bike e minha real retomada do ciclismo saudável

Foi no Carnaval de 2013 que eu redescobri a bicicleta. Passei a usá-la quase que diariamente até meu casamento em julho de 2015, quando fui morar em outra cidade da Grande São Paulo e meu modal de transporte passou a ser a motocicleta.

Em 2018, depois de muitas reviravoltas, voltei para a Capital com minha esposa grávida. Meu filho nasceu aqui no mesmo ano. Voltando pra cá, adquiri uma bicicleta e comecei meu retorno ao pedal. Tinha que recuperar os Kg’s adquiridos nesse período.


Passei muita dificuldade, mesmo controlando alimentação e pedalando com frequência. Pedaladas que eram tranquilas para mim viraram pequenos desafios. Mas eu não desisto fácil.


Ano passado, com a pandemia, meu ritmo diminuiu muito. Treinei, insisti, quebrei, insisti novamente… tive que aceitar que, por algum motivo, pedalar mais que 5 ou 10 km’s por dia para mim já não é tão fácil como há oito anos. Cada pedalada que dou, são 3 dias de recuperação.


O fator psicológico também tem seu peso, pois ano passado foi um ano complicado para nós, além da angústia por conta do medo desse vírus maldito. Fiquei muito desmotivado com a bicicleta e, de agosto até o fim do ano, só pedalei uma vez e foi horrível, só pensava na dor muscular que eu iria ter. É horrível querer pedalar e não conseguir. Eu adoro ir pra longe, não apenas para o parque. Cruzar a cidade, ver outros bairros, outras pessoas… mesmo confinado em minha cidade, pedalar é uma terapia maravilhosa. 


Então resolvi adquirir uma bicicleta elétrica. 


Minha teoria (que graças à Deus estava correta) era sair para pedalar usando o mínimo de assistência possível. Eu teria menos esforço a cada giro e poderia manter um ritmo aeróbico, que me traria condicionamento. Quando chegasse uma subida forte, eu aumentaria a ajuda e seguiria em frente, sem quebrar meus músculos. De quebra, conseguiria pedalar pela cidade como sempre gostei e ainda, quem sabe, ganhar disposição física. Na pior das hipóteses, eu estaria aliviando a mente com minhas pedaladas que tanto gosto. Tudo para dar certo.


Economias, enxugada de gastos, planejamento…  consegui depois de um tempo juntar um dinheirinho para uma boa entrada e o resto do valor parcelaria no cartão. Fevereiro de 2021 começava e eu chegava em casa com uma linda Oggi E-500. 



Eu nunca tinha comprado uma bicicleta zero km na vida, sempre montei ou adquiri bicicletas usadas. Esse lance de ser tudo novo, cabelinho no pneu, película no display… sim eu merecia esse presente.


A bicicleta é incrível! Leve e discreta, ela nem parece se tratar de um modelo elétrico, pois sua bateria fica dentro do quadro. Quadro este, aliás, que é muito de meu agrado por possuir uma estética "à moda antiga", ou seja, seu toptube é plano e diferente dos quadros mais modernos, onde o mesmo sempre é rebaixado, exigindo canotes mais compridos. Para eu que sou mais pesado, é o ideal. Um canote mais longo para fora do quadro gera um efeito "alavanca" maior, ou seja, ele aplica muita pressão no seat tube.


Enfim, é uma bicicleta com uma cara noventista, apesar de seus grafismos contemporâneos. Ainda bem, pois o melhor da fase estética atual é o minimalismo das pinturas. Os grafismos dos anos 2000 eram horríveis 😂😂😂


A bicicleta possui 5 níveis de assistência para o auxílio elétrico, além do modo "desligado". Veio com cassete de 8 velocidades atrás, com um excelente e preciso câmbio Shimano Acera. Na frente, apenas uma velocidade, numa coroa de 42 dentes, que logo troquei por uma de 36, pois em subidas muito íngremes o motor de 250w precisa de um apoio moral das pernas. 


A fábrica promete uma autonomia média de 40 km's, podendo chegar a 60km's se for usada com nível 1 em terreno predominantemente plano, e 25 km's caso você suba paredes com o nível 5 de assistência. 


Nunca fiquei sem bateria com apenas 25 km's, mesmo usando ela no nível máximo. Mas isso varia muito por conta de peso e altimetrias. A verdade é que é uma bicicleta muito gostosa de pedalar, apesar de um pouco dura por conta do garfo rígido e pneus 700x32. Mas em ciclovias ela desliza suave como um trem num trilho. Logo no primeiro fim de semana, bati quase 100km's em 3 saídas! 




Toda aquela minha teorização de usar o mínimo de assistência para ir mais longe se concretizou. Pedalo no nível 1 quase o tempo todo. Com isso, consigo uma autonomia média de 60 km's, tento um dia alcançado 70! Aliás, pedalar com o motor desligado em locais planos ou em descidas é super tranquilo, principalmente depois de ter colocado uma coroa de 36 dentes.


Com a ajuda dessa magrela eletrificada, consegui voltar a usar a bicicleta pra quase tudo! Para rodar pela cidade, fazer cicloturismo de um dia nas proximidades, ir na padaria, no médico, no mercado, no cartório, tomar vacina… tudo pedalando. 


Totalizei 1800 km’s em 70 pedaladas desde que adquiri ela! E como estou em Home office, a grande maioria dessas pedaladas se deu por lazer, por escolha minha e não necessidade de deslocamento. Meu maior uso da bicicleta sempre se deu para transporte, o famoso commuting. Agora tenho pedalado muito mais e por lazer, sem medo de faltar perna, sem medo de subidas, só colhendo o prazer de pedalar. Transpirar deixou de ser consequência e virou opção. Quando preciso chegar num compromisso, vou de nível 3 e chego sem suor. Mas em 95% dos casos, me permito uma esbaforida no nível 1, sem sofrimento. 



Além disso, desde que comprei a bicicleta elétrica, minhas calças passaram a demandar cinto! Sim, o esforço mínimo e constante de se pedalar uma bicicleta elétrica me fez perder pelo menos 5kg até agora. Perder peso em pequena quantidade e constantemente é uma maneira saudável e definitiva de emagrecer. Estou muito feliz com isso.


Concluindo, não deixaria de pedalar se não tivesse adquirido minha elétrica.


Eu não desistiria dessa atividade, mas ela seria mais rara por conta de minhas limitações, seja de tempo para ganhar condicionamento, seja de metabolismo.


Hoje, com Home office, eu só saio pra pedalar porque gosto, sem a neura de faltar perna pra voltar. Na minha cabeça, só o prazer do vento, a felicidade de contemplar a cidade sob a ótica que só a bicicleta oferece. E isso faz uma diferença danada pra qualidade de vida, tanto que até emagreci.



delícia de autonomia


Não digo que bicicleta elétrica seja a melhor solução para todos.


Mas para mim, fez a diferença.


Quem quiser me acompanhar no strava, o link é https://www.strava.com/athletes/4719118


Muita alegria a todos, até a próxima :)