segunda-feira, 23 de março de 2020

Pedalando em tempos de quarentena.


Não é novidade que devemos ficar em casa. Mas não tem jeito, uma vez que estou cuidando tanto da minha casa quanto do bem estar da minha velhinha, que mora aqui perto.

Sou o cara dos “corres”, ou seja, vou para a farmácia, padaria, mercado… e não tem meio de transporte mais seguro que a bicicleta para esses momentos. 

No carro é recomendado andar com as janelas sempre abertas e evitar o ar condicionado, para evitar o acúmulo e proliferação do vírus. Os bancos e estofamentos são lugares muito aconchegantes para eles esperarem alguém aparecer. Você pode se limpar todo ao chegar em casa, mas o carro fica lá, contaminadinho.

Já na bicicleta esses perigos são mínimos, pois o vento é constante e são pouquíssimas áreas aonde o vírus pode se alojar. 

Pneus, se você não passar em poças d'água ou lama e possuir páralamas, melhor. É um local fácil de higienizar. 

Ao final de cada viagem, esborrife álcool nas manoplas e no selim.

Lave BEM as mãos e o rosto. Sua cara transpira, e nesse suor se acumula sujeira e poluição. Limpe-se direitinho, passe álcool em gel na parte de dentro do capacete e nas partes que entram em contato com seu rosto.

Álcool em gel em todas as embalagens plásticas que trouxe, e nas alças dos sacos plásticos, principalmente se você faz compras para idosos, como meu caso.

Mas e se não tiver álcool em gel? Água e sabão. Use uma esponja para fazer espuma e limpar bem, depois enxague com um pano úmido. Tudo seca rápido e não agride os materiais. 

Minimizar o risco não o torna inexistente. Mas relaxar cobra um preço muito alto. Todo cuidado é pouco nessas horas. Saia de casa somente para o essencial, por mais tentador que sejam os dias lindos que vem fazendo. 

Vamos com fé, isso vai passar.


Em tempo: meu objetivo não é incentivar ninguém a furar quarentena para sair por aí pedalando. Saia de casa somente para o essencial, preferencialmente no microcosmos do seu bairro. Compre de pequenos comércios, gire a economia. Evite aglomerações, mesmo na farmácia. E se puder ir de bike, melhor para sua saúde. 

terça-feira, 17 de março de 2020

Mais longe, ou menos perto?

Às vezes fico impressionado quando relembro de acontecimentos de minha vida com detalhes, daí me dou conta que já fazem bons anos desses momentos.

É, a vida é trem-bala, parceiro.

Anos atrás, fiz um post comentando sobre ter ido de bike ensaiar com minha então banda. Deixei o link no final deste texto, ok? Aquele foi um dia em que fui trabalhar, daí as 19h parti rumo a Osasco para o ensaio, que começava às 21 e ia até as 23 horas. Lembro que deu tempo de chegar e mandar um temaki antes de entrar no estúdio. Ao final, voltei pra casa todo feliz fazendo um caminho bem mais longo e totalizei 40km pedalados, muito mais que os 12 que comumente fazia naqueles tempos. Na ocasião, foi uma feliz descoberta perceber que a cidade pode ser vencida de bike, que aquilo que parece longe demais de carro, é pedalável e acessível.

E como minha vida é feita de muitas reviravoltas e voltas, não é que estou desde novembro trabalhando perto desse estúdio? 

Aquela era uma época pré-ciclovias, e salvo o pequeno trecho conhecido como Av. Faria Lima, tive que encarar ruas e a travessia da marginal na raça, disputando com carros. Todos os caminhos eram ermos e sem um pingo de amistosidade a quem se prestava a utilizar o asfalto sem motores.

Um cenário bem diferente do atual: vou por ciclovias quase desde casa até a porta da USP, de onde atravesso e dou de cara com o meu local de trabalho.

Mas esse é um caminho que fiz pouquíssimas vezes, pois a empresa possui um fretado que sai da estação Butantã do Metrô, local que inclusive há um bicicletário gratuito e bem seguro, além de um banheiro muito limpo que faz as vezes de vestiário.

Agora meu trajeto diário totaliza 22km quando deixo a bike no bicicletário, ou 30km se resolver encarar uns morrinhos até a empresa.

Meu objetivo é ter forças para fazer o percurso completo todos os dias, me emancipar da dependência dos motores pelo menos nos dias da semana. Meu grande inimigo é a ansiedade. Tenho costume de aumentar o giro inconscientemente, ficando fadigado antes da hora. Quando me concentro, chego aonde quiser.

Leiam minha primeira experiência pra aqueles lados: http://bikedemia.blogspot.com/2013/11/mobilidade-urbana.html