segunda-feira, 27 de julho de 2020

Pedal solitário até Ribeirão Pires

Bom Dia/Tarde/Noite!

Domingo passado estava louco para matar a saudade da ciclofaixa de lazer, que voltaria a funcionar naquele dia. Mas antes do prazer vem a obrigação, portanto peguei minha sacola e parti a pé para a feira do bairro. 

Chegando na Av. Jabaquara, encontro a ciclofaixa e perco o ânimo: dezenas de pessoas amontoadas nos faróis, sem distanciamento, metade sem máscara, muitos cagando pra presença dos bandeirinhas e fazendo suas próprias regras... um nojo. O que poderia ajudar a criar uma nova cultura ciclística na cidade só serve para que os novos ciclistas se banhem em maus exemplos e sejam tão mal educados quanto os motoristas e motociclistas da cidade. Definitivamente, o público da ciclofaixa é o reflexo de uma sociedade mal educada, que burla qualquer regra quando lhe convém.

Decidi então que, ao invés de passear pela coronafaixa de lazer, iria fazer passeios solitários pela cidade e em torno dela. Decidi inaugurar esses passeios com uma esticada até Ribeirão Pires, partindo de minha casa. Ando bem enferrujado e necessitado de movimento.

A semana voou e no domingo seguinte acordei bem cedo, e antes de amanhecer já estava pedalando sentido Jabaquara. A previsão do tempo apontava um dia mais frio e com alguma garoa. Estava muito aprazível aquele fim de madrugada, com 16 graus.

Chegando no Jabaquara, peguei a ciclovia que vai até Diadema, saindo dela alguns kilômetros à frente, descendo uma rua diretamente para a Rodovia dos Imigrantes. Foi uma boa escolha sair nesse horário, pois existem diversos lugares com relatos de assaltos naquelas regiões. A escuridão me camuflava. Liguei apenas a lanterna traseira, por segurança. A lanterna dianteira só usava quando queria alertar alguém da minha presença, em geral pessoas se exercitando pelo acostamento.

Passando um pouco de Diadema, começou a garoar. Nessa hora o dia começou a raiar, e pedalar pela estrada estava uma delícia. Apareceram outros grupos de pedal, todos muito mais rápidos que eu hehehe... meu ritmo médio é entre 8 e 15 km/h. O tempo todo tinham ciclistas atrás de mim ou à minha frente. Mantive uma distância saudável de todos - mínimo de cem metros - pois não estava afim de colocar a máscara naquele momento. Em certo momento, achei uma lanterna tática piscando no chão. Um modelo antigo, à pilha. Bem nessa hora não tinha nenhum ciclista à vista, e a neblina apertou. Coloquei no bolso e segui meu caminho, pensando que iria ver alguém procurando à frente. No fim só lembrei dela no meu bolso quando cheguei em casa.

Chegando perto da represa, a garoa aumentou, combinada com neblina. Como há dias não chovia, o chão estava cheio de fuligem e barro. Pensa numa bike de pneus lisos 700x25 (muito finos) e sem paralamas. Resultado: passei a viagem inteira tomando sujeira no corpo todo, uma nhaca! Eu via as bolinhas de lama voando em cima de mim! Era engraçado e irritante ao mesmo tempo. 

Passei o pedágio, naquela interminável subida suave, que chega a dar preguiça. Cheguei na interligação e parei para umas fotos e comer uma barrinha de cereal. 


Lavei a cara pra foto, mas ainda saiu suja.

Falando em cereal, algum caminhão (ou alguns) levando milho para o porto de Santos passou derramando boa parte do alimento ao longo da estrada. Vejam na borda do acostamento a quantidade de grãos. O rastro de alimento começou depois do Rodoanel e me acompanhou até eu chegar na Anchieta. Desperdício normalizado num país com gente passando fome.

Nem João e Maria jogaram tantos grãos pelo caminho.


Passei os 10km da interligação debaixo de chuva e visibilidade baixíssima. Os grupos de pedal ou seguiam para a Estrada de Manutenção, ou davam meia volta até SP. No meu roteiro estava sozinho. Claro que, no momento que parei atrás de uma placa pra fazer xixi, passa um carro buzinando. Eu ri, porque faria o mesmo rs.

Chegando na Anchieta voltei a ver ciclistas, que faziam o mesmo que os colegas da Imigrantes. Iam até o retorno e voltavam. Mais 10km se seguiram e cheguei na Rodovia Caminho do Mar. Estradinha gostosa de pedalar, com uma vista agradável das lagoas que margeiam a estrada. Pedalei por este caminho sentindo um cheio de comida que me torturava. Estava na Rota do Peixe. Que fome que me bateu! Logo à frente, entrei na rodovia Índio Tibiriçá. Fui o único ciclista que não seguiu em direção ao polo ecoturístico, onde está a velha estrada para Santos. Ainda bem, aliás! Tem muito restaurante exalando cheio de peixe por aqueles caminhos e eu ia perder o foco! Já fiz esse caminho de carro e é um passeio muito bonito, cheio de verde e belas passagens pela represa, ainda pretendo fazer esse trecho pedalando e comendo.


Depois que secou, o excesso de barro saiu na palmada hehehe


A Índio Tibiriçá é uma rodovia gostosa de pedalar. Tem seus aclives e declives, nada absurdo, mas para alguém que já pedalou 60 km com chuva e lama na cara, se tornou um pouco cansativa. Aquele psicológico 'tá chegando'. Foi muito boa a pedalada, a estrada é um tapete só e mesmo com o tempo nublado pude apreciar sua beleza. Venci esses últimos 13km relativamente rápido, apesar de ter tido cãibras em dado momento, onde resolvi parar num ponto de ônibus, comer mais uma barrinha e descansar uns dez minutos. Tava tão gostoso ficar lá, pelo ar fresco e o cheiro de mato, que quase dormi! Enfim, antes que a preguiça tornasse tudo pior, montei na bike e fiz os últimos 5 km. 

Cheguei em Ribeirão Pires, fui direto para a estação de trem, onde troquei de roupa no banheiro da plataforma e voltei pra casa a tempo de comer o almoço. Que delicia de pedal!

Foi um domingo muto agradável, sem perrengues (não considero a chuva um problema, mas parte do caminho), nem cansaço além do normal. Claro, para alguém que só tem feito pedaladas no bairro, foi um belo rolê que gerou alguns músculos doloridos, mas não acabou comigo nem me deixou destruído. Pensam que só por que sou gordo, eu sou mole? Rs.

Semana que vem pretendo fazer um pedal mais doméstico, rodar dentro da cidade (e longe de ciclofaixas). Mas quero começar a fazer alguns pedais mais longos por estradas, sem medo de ser feliz. 





Total pedalado: 74 km
Início: 06:00h - término 12:00h
Tempo total de paradas: 30 minutos
Achados: 1 lanterna tática das antigas
Baixas: nenhuma
Total gasto: R$4,40 com passagem de trem.








sexta-feira, 3 de julho de 2020

Todas as minhas bicicletas - Parte II

Bom Dia/Tarde/Noite!

No post anterior comecei a escrever sobre as bicicletas que tive ao longo de minha vida. Falei sobre minha infância e adolescência, considerando estas a minha primeira fase ciclística. Agora falarei um pouco das bikes que tive no que eu chamo de Retomada - quando redescobri o ciclismo e passei a usar a magrela não só como ferramenta de lazer, mas principalmente como meio de transporte. Vamos lá.

Segunda fase (2013 - atual)


Caloi Aspen
imagem: arquivo pessoal
Essa foi a bike que eu iniciei uma nova vida. Estava decidido a voltar a pedalar para manter minha saúde. Comprei a bicicleta mais barata que encontrei na época, pois não sabia se iria para frente com a idéia. A Caloi Aspen era pesadinha, mas me fez muito feliz. Pedalei pela maioria das ciclofaixas de lazer da época, em toda a ciclovia da marginal e muitos outros lugares. Ela passou a ser minha bike de uso diário. Pedalava 12km por dia e foi uma época em que meu entusiasmo só aumentava.


Soul Ace (Mocinha)
imagem: arquivo pessoal
Nove meses depois, juntei uma graninha e comprei essa maravilhosa bicicleta. Apesar de ser um pouco pequena para mim, consegui adaptá-la e usei por muito tempo. A diferença em conforto e leveza, em comparação à Caloi Aspen, era enorme! Acho que foi o maior impacto positivo que tive com bikes, pois além de leve, a Soul era macia, moderna para a época e muito, muito confiável. Com ela fiz o Caminho do Sol, pedalei para cidades vizinhas, até ir ensaiar com minha banda lá em Osasco eu fui com ela! É uma bike que nutro muito carinho e tenho ela até hoje, porém pretendo doá-la por questões de espaço.


Vzan (Brisa)
imagem: arquivo pessoal
Como a Soul tinha um quadro pequeno, experimentei colocar um maior. Porém, comprei um quadro que não tinha entrada para v-brakes e acabei tendo que comprar cubos, rodas e um garfo novo. No final, eu tinha uma bicicleta completamente nova às mãos. Com ela rodei pouco, mas fiz um cicloturismozinho até Guararema. Pena que assim que a garantia acabou, o quadro apresentou uma trinca num ponto crítico, na junção do top tube com o seat tube. Eu adorava essa bike e até hoje fico chateado com o incidente, quando vejo suas fotos.

Caloi Vitus (Bessie)
imagem: arquivo pessoal
Comprei esse quadro usado, transferi todas as peças da Vzan para ela. Ficou uma bike bem gostosa, bonita e de fácil condução. Com ela pedalei para Bertioga, e que descida de serra! Infelizmente ela também apresentou problemas e quebrou misteriosamente no chainstay, do lado do freio, com uns 6 meses de uso. Muito estranho, pois era um quadro feito pra pauleira. Creio que já comprei com o defeito, mas nunca saberei. Voltei então a usar a Soul Ace, na mesma época em que casei. Com isso, fui morar muito afastado e passei a usar carro e ônibus para vir até o trabalho. A bike ficou muito tempo encostada, pois onde morei não era um lugar que instigava o coração a sair pedalando.

Caloi City Tour

imagem: arquivo pessoal

Em 2018, depois de voltar a morar em São Paulo, adquiri esta que está sendo minha melhor bike até então. Aro 700, tamanho perfeito, freios hidráulicos e muito confortável. Tenho usado ela bastante desde então, num ritmo menor que no passado, mas ainda numa proporção considerável. Com ela fiz os dois Pedais Anchieta, saindo do Sacomã em SP e terminando somente nos quiosques da orla de Santos. Mudei algumas vezes de emprego e cada vez para mais longe, e ela vai junto, valente. E com essa pandemia, estou usando ela bastante pelo bairro, seja pra ir na farmácia, padaria ou compras pequenas no mercado. Quando essa crise sanitária acabar, penso em voltar para meus passeios maiores, Tenho algumas rotas traçadas, e também vontade de refazer alguns caminhos do passado, como a viagem para Guararema.



Concluindo

Até agora, tive 12 bicicletas. Cada uma possui suas próprias histórias e aprendizados. Foi muito bom fazer este apanhado de lembranças, um exercício de memória que me levaou a tempos distantes que começam a ficar turvos na memória, conforme o tempo passa. Fui banhado por felicidade ao lembrar da minha primeira bicicleta, de conseguir lembrar do dia que minha mãe tirou as rodinhas e me soltou para aprender a pedalar. De quando ela comprou uma bicicleta para mim e outra para ela e passamos a dar voltas pelo bairro. Ou até lembranças chatas como aquela em que vejo o ladrão render meu amigo e levar minha bike embora.

Sei que cedo ou tarde, muitas dessas lembranças se perderão. Ou deixar de serem histórias contextualizadas e tornarem-se, com sorte, flashes sem sentido na mente de um velhinho. Ainda que flashes, elas estarão lá.

A verdade é que tenho inúmeras lembranças da minha infância, mas muitas delas são apenas uma imagem mental, não há uma história por trás. Descobrir que tenho detalhes de uma lembrança tão antiga sobre minhas bicicletas deu muito mais sentido a este blog.

Essa linha temporal está longe de terminar.


quinta-feira, 2 de julho de 2020

Todas as minhas bicicletas - Parte I

Bom Dia/Tarde/Noite, pessoal!

Noite passada fui pra cama com a cabeça a mil, e quando isso acontece vocês sabem, nossos pensamentos viram um programa de variedades.

Entre um pensamento e outro, comecei a lembrar das minhas bicicletas, desde a primeira! Incrível como minha memória foi lá longe, para o início dos anos 80.  Como o assunto deste humilde blog é bicicleta, resolvi compartilhar minha nostalgia com vocês.


Minhas fases ciclísticas

Como toda criança da minha geração, eu tive bicicleta e pedalei muito em parques e na minha rua. Depois de adolescente, abandonei a bicicleta e só redescobri essa felicidade em 2013, com 36 anos. Com isso, consigo dividir minha vida ciclística em duas fases: uma que vai da minha primeira infância até os 16 anos e outra que começou com meus 36 anos e segue até hoje. Bem, chega de papo e vamos às fotos.


Primeira fase (1980 - 1993)

Como não tenho fotos das bicicletas dessa época, mas fiz uma busca de imagens na internet e, por felicidade, consegui encontrar todos os modelos que tive! Nem todas eu encontrei a cor ideal, mas o modelo é o mesmo:

Monark Mirim
imagem: internet
Minha primeira bicicleta, que chegou com rodinhas e com o tempo aprendi a andar. Lembro da primeira vez que consegui pedalar sem rodinhas, morrendo de medo. Minha mãe ia segurando na garupa e sem falar nada me soltou. Fui embora, por uns metros, e quando me dei conta parei correndo. Pouco tempo depois já estava independente, desbravando as calçadas. Os meninos grandes da rua não queriam saber de mim, porque eu era pequeno, não alcançava eles. Tive uma Monark Mirim igualzinha a essa da foto e chego a lembrar do cheiro de graxa e borracha que ela tinha.


Brandani
imagem: internet

Essa foi mais difícil de encontrar, ainda mais que minha memória visual dessa bicicleta é bem turva. eu lembro da marca e da cor vermelha. Certo dia, estava andando sozinho na rua, um ladrão apontou um revolver pra mim e a levou embora.



Caloicross Freestyle
imagem: internet

Acho que o presente de Natal mais legal que já ganhei! A Freestyle tinha acabado de ser lançada, eu tava sem bicicleta e contando com a má vontade dos amigos, que nunca emprestavam suas bicicletas. Me sentia um Chaves numa vila cheia de Quicos. Minha mãe comprou uma Caloi Ceci para ela, e passeávamos pelo bairro juntos, foram as primeiras vezes fui além da minha rua pedalando. Que saudade dessas pedaladas! 💜 Na foto um modelo vermelho, mas a minha era azul. Mas como nada é para sempre, ela também me foi roubada e passei a usar a bicicleta de minha mãe para não ficar a pé:



Caloi Ceci
imagem: internet

A bicicleta da minha mãe era novinha, um pouco grande para mim ainda, mas era muito gostosa de pedalar! Acho que foi a que ficou mais tempo comigo, pois por ser uma bicicleta pouco visada, eu ficava mais tranquilo. O problema era aguentar o deboche da molecada, que não aceitava um menino usando uma bicicleta feminina. Talvez por chegarem sempre depois, vai saber rs. Sim, meus amigos perdiam todas as corridas para mim. A parte chata é que acabaram as pedaladas com minha mãe, que eram muito legais. Na foto, uma Ceci igualzinha a que tive.



Caloicross
imagem: internet

Certa vez, o pneu da Ceci furou, e fomos numa bicicletaria consertá-lo. Chegando lá, tinha uma Caloicross muito linda à venda. Rodas de nylon, num vermelho que fez meus olhos brilharem. Minha mãe me fez prometer tirar boas notas e saímos da bicicletaria com a Caloicross, deixando a Ceci como parte do pagamento. Pedalei bastante com ela, rodava todo dia. Fazia "circuitinhos" pelo bairro, além de mil maluquices tipo descer da bicicleta e deixar ela indo sozinha... bikezinha forte. Na foto, o modelo igual ao meu. Pra variar, depois de um tempo essa bike também me foi roubada, enquanto um amigo andava. Pelo menos aproveitei bastante dessa vez.


Monark Ranger
imagem: internet

Passou algum tempo e ganhei uma nova bicicleta, agora aro 26. Era uma Monark Ranger, de cor preta, bem honesta. Foi nessa época que as mountain bikes chegaram com tudo. Pedalei bastante com ela, mas não sei por qual motivo parei, pois lembro que ela acabou encostada em casa. Tempos depois, dei ela para um amigo, junto com um cubo de marchas e um câmbio (não sei como consegui essas peças hahaha). Meu amigo não se interessou, mas o pai dele resolveu instalar o câmbio na bicicleta e ficou maravilhado, nunca tinha pedalado em uma bicicleta com marchas. É, até o começo dos anos 90, bicicleta com marcha era artigo de luxo, até a chegada dos produtos importados. 


Peugeot 10
imagem: internet

Quando comecei a trabalhar, um dos meus primeiros salários foi dedicado à uma belezura de 10 marchas. O ônibus que eu usava passava em frente a uma bicicletaria onde dava pra ver várias bikes à venda, e uma Peugeot novíssima parecia brilhar. Era uma Peugeot 10, reformada, pintada numa cor linda. Comprei essa bicicleta e no primeiro dia quase dei PT nela! Um buraco camuflado por água entortou a roda da frente e me levou ao chão. As bicicletarias que levei queriam cobrar quase o preço dela para consertar! Hoje em dia as peças de bicicleta são mais acessíveis, porque uma roda naquela época, aro 700, era cara de doer! Depois de uns meses, consegui umas carcaças de bicicleta (na mesma leva do câmbio que dei para meu amigo) e finalmente uma roda pra minha Peugeot. Rodei muito com ela, até enjoar. Não sabia, mas ela era uma bicicleta feita de cromoly, uma liga de aço muito mais resistente, que permitia a construção de tubos mais finos, tornando assim a bicicleta muito mais leve. Um amigo na época comprou uma mountain bike caríssima, feita dessa liga, que os caras da loja vendiam falando que não era metal, mas um material mais moderno chamado "cromo-molibdênio". Ah, o marketing.



Ufa!

Essas foram as minhas bikes nos 10 anos que duraram minha primeira fase. Abandonei o ciclismo no final da adolescência, principalmente quando comecei a me interessar em aprender a dirigir. Não reclamo, pois foram essas escolhas que me trouxeram até aqui. Foram diversas experiências, histórias, passeios e lembranças. Foi uma época mágica, que se um dia vier a esquecer, torço para o blogspot ainda existir para eu poder relembrar.


No próximo post, eu vou falar das minhas bikes da Segunda Fase (2013 - atual).

Até lá!