sábado, 14 de dezembro de 2013

Rolezinho até a Lapa: morros, ciclovias e minhocão.

Nesta última quinta-feira saí do trabalho com vontade de passear. Estava nublado, temperatura agradável pra pedalar. Peguei a Moça e parti pra rua!

Saí às 19h do Ibirapuera e desci até a utópica ciclovia da Faria Lima. Esta ciclovia percorre toda esta avenida, desembocando na Pedroso de Morais e de lá segue até o parque Villa-Lobos. Minha avaliação dos trechos desta ciclovia:

Juscelino até Cidade Jardim: impraticável. Abandonada e isolada há anos. Nem tente.

Cidade Jardim até Rebouças: perfeita, utópica. Coincidência ou não, fica no trecho mais nobre da avenida, passando pelo Iguatemi. Pra inglês ver mesmo.
Ciclovia bonitinha né? Saiba que ela é assim porque está numa área nobre. Isto se chama hipocrisia.

Rebouças até Pedroso: é como vc sair de São Francisco e cair direto no Senegal. Este trecho é funcional, mas abandonado. Fica mais desagradável por estar grudado ao trecho pra inglês ver do Iguatemi. Logo se vê que o poder público não liga pra ciclovias, e aquele trecho arrumadinho é só pra fingir que se importam, pra ganhar votos. Nesta região está o Largo da Batata, uma área de comércio popular, perto de terminais de ônibus. Já se compreende o descaso. Da mesma maneira que os melhores trens da CPTM aparecem em linhas da marginal - onde todos podem ver - enquanto nas linhas da periferia, os trens continuam caindo aos pedaços. Enfim, outro assunto.

Aqui é a continuação daquela belezura da foto anterior. Ah, aqui não é tão nobre, é área popular.
Pedroso em diante: outra área nobre. Ciclovia arrumada, faltando apenas a pintura vermelha no chão. Mas como é uma área com menos visibilidade, não há pintura. Simples assim.
Aqui é um meio-termo. Se todo canteiro central de SP fosse assim, tava lindo!
Segui pela ciclovia até a Praça Panamericana, e de lá subi até a Cerro Corá. Uns 1500m de subida, entre aclives mais intensos e outros nem tanto. Foi a parte mais legal do passeio, pois é um bairro arborizado e muito bonito, que me agrada há anos. Respirando direitinho e com a cadência certa, foi uma experiência maravilhosa! E olha que eu odeio subidas, heheh.
Morro...

... e mais morro!

Que vista!

Selva só de pedra?
Do alto da Cerro Corá começou o "downhill asfáltico" até a Rua Clélia. Asfalto ruim, pedalada cautelosa, com medo de partir a Moça ao meio! Da Clélia, fui até a Francisco Matarazzo, passando pelo Sesc Pompéia. Lembrei da minha infância nas aulas de HQ.
Sesc Pompéia. Não saía daqui lá pelos idos de 1988.
Da Matarazzo segui até a São Luís, por baixo do minhocão e de lá segui pela Amaral Gurgel. Este trecho foi o mais tenso. Foi onde uma filha de uma senhora de favores achou que eu estava no lugar errado e me fechou, buzinando. Espaço diminuto, visual caído, pouca iluminação, barulho, ignorantada afoita... cansei mais do que nas subidas da Lapa.
Parque da Água Branca.

Após passar pelo túnel sob a Praça Rosevelt, peguei a 13 de Maio, sentido Shopping Paulista. Passei rápido, sem fotos pois o estresse do minhocão me tirou o tesão de passear. Cheguei na Paulista e segui sentido zona sul, pra adentrar no meu perímetro cotidiano.
Bohemia do Bixiga.

Conclusão: SP é realmente uma cidade de contrastes. De ciclovias de nível internacional à buraqueiras perigosas em poucas pedaladas. De vistas deslumbrantes à caos urbano em poucos minutos. Logo há de se entender porque uns amam e outros odeiam. Eu continuo amando. Apenas tiro o que a cidade tem a me oferecer. Quando ela oferece mais, fico impressionado e quando oferece menos, compreendo.

Só sei que foi um pedal delicioso e que pretendo fazer mais vezes (evitando o minhocão).

Resumo:
Pedalados 24 km em 1:37h.
Ponto mais legal: Alto da Cerro Corá.
Ponto mais tenso: Francisco Matarazzo e Minhocão.
Baixas: nenhuma.

2 comentários:

  1. Passei quase 20 dias em Santos, fui Sampa de busu, não confio de jeito nenhum em pedalar aí. Mas vendo teu relato, parece muito tranquilo...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Cesar, depende muito de onde pedalar e "como" pedalar. Tô pedalando faz 10 meses, comecei muito com medo e aos poucos fui ganhando confiança em mim. Mas ainda tenho medo, e acho que isso me faz ser bastante prudente.

      Excluir