Verão. Ah, o verão.
Dias ensolarados, pessoas mais felizes, ruas cheias de alegria e… não.
Nas aulas de educação artística do primário, o verão era ilustrado como diversão plena. Eram desenhos de praia, piscina, futebol, viagens… tudo o que fez a criança sorrir era rabiscado.
Se um adulto tivesse aula de educação artística, o resultado seria bem diferente. O desenho incluiria IPVA, matrícula, ar condicionado, sofá, cinquenta banhos por dia… as poucas imagens positivas talvez fossem umas garrafas de cerveja, ou churrasco. Passar um mês viajando na infância é fácil, basta mandar as crianças pra casa de parentes em outra cidade. Já adulto, envolve grana e disponibilidade.
O verão só tem graça plena na infância, época em que boletos não existem. Não é pessimismo, eu adoro um calorzinho. Mas a real é que ele torna tudo um pouco mais difícil para um adulto: ficamos dependentes do ar condicionado para trabalhar, sofremos para dormir as poucas horas que nos restam, e as contas chegam a cavalo. Para um ciclista então, significa ficar o dia inteiro na neura pensando naquela chuva que sempre cai quando se vai pra casa.
Não que eu seja fresco, mas para a minha realidade atual, não posso mais ter imprevistos. Preciso do carro para buscar meu filho, o que significa que tenho que ir pra casa antes. E a chuva é uma infeliz loteria que me premia toda vez que resolvo vir trabalhar de bike. Em outras épocas, eu tacava o foda-se e chegava em casa ensopado. Hoje isso significa atrasar e pagar taxa de horário na escolinha.
As adversidades são tantas, que não acumulei nem 200km nestes três primeiros meses. O calor eu até suporto, considerando que entre 10 da manhã e 5 da tarde eu não pedale. Considerei pedalar durante a noite, depois de toda a correria, mas não consigo. É gostoso, mas soa como ‘missão’ a ser cumprida. A bike deixa de ser parceira, para virar mais uma demanda a cumprir. Por isso, tenho pedalado menos no dia a dia.
Aguardando a temporada de chuvas acabar para poder repor a bicicleta no meu dia a dia.
E um viva para o Outono, minha estação preferida! Dia 20 de março tá logo ali.
Clique aqui para ler um texto sobre o Outono que fiz cinco anos atrás.
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