Nesta última quinta-feira saí do trabalho com vontade de passear. Estava nublado, temperatura agradável pra pedalar. Peguei a
Moça e parti pra rua!
Saí às 19h do Ibirapuera e desci até a utópica ciclovia da Faria Lima. Esta ciclovia percorre
toda esta avenida, desembocando na Pedroso de Morais e de lá segue até o parque Villa-Lobos. Minha avaliação dos trechos desta ciclovia:
Juscelino até Cidade Jardim: impraticável. Abandonada e isolada há anos. Nem tente.
Cidade Jardim até Rebouças: perfeita, utópica. Coincidência ou não, fica no trecho mais nobre da avenida, passando pelo Iguatemi. Pra inglês ver mesmo.
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Ciclovia bonitinha né? Saiba que ela é assim porque está numa área nobre. Isto se chama hipocrisia. |
Rebouças até Pedroso: é como vc sair de São Francisco e cair direto no Senegal. Este trecho é funcional, mas abandonado. Fica mais desagradável por estar grudado ao trecho
pra inglês ver do Iguatemi. Logo se vê que o poder público não liga pra ciclovias, e aquele trecho arrumadinho é só pra fingir que se importam, pra ganhar votos. Nesta região está o Largo da Batata, uma área de comércio popular, perto de terminais de ônibus. Já se compreende o descaso. Da mesma maneira que os melhores trens da CPTM aparecem em linhas da marginal - onde todos podem ver - enquanto nas linhas da periferia, os trens continuam caindo aos pedaços. Enfim, outro assunto.
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Aqui é a continuação daquela belezura da foto anterior. Ah, aqui não é tão nobre, é área popular. |
Pedroso em diante: outra área nobre. Ciclovia arrumada, faltando apenas a pintura vermelha no chão. Mas como é uma área com menos visibilidade, não há pintura. Simples assim.
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Aqui é um meio-termo. Se todo canteiro central de SP fosse assim, tava lindo! |
Segui pela ciclovia até a Praça Panamericana, e de lá subi até a Cerro Corá. Uns 1500m de subida, entre aclives mais intensos e outros nem tanto. Foi a parte mais legal do passeio, pois é um bairro arborizado e muito bonito, que me agrada há anos. Respirando direitinho e com a cadência certa, foi uma experiência maravilhosa! E olha que eu odeio subidas, heheh.
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Morro... |
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... e mais morro! |
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Que vista! |
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Selva só de pedra? |
Do alto da Cerro Corá começou o "downhill asfáltico" até a Rua Clélia. Asfalto ruim, pedalada cautelosa, com medo de partir a
Moça ao meio! Da Clélia, fui até a Francisco Matarazzo, passando pelo Sesc Pompéia. Lembrei da minha infância nas aulas de HQ.
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Sesc Pompéia. Não saía daqui lá pelos idos de 1988. |
Da Matarazzo segui até a São Luís, por baixo do minhocão e de lá segui pela Amaral Gurgel. Este trecho foi o mais tenso. Foi onde uma
filha de uma senhora de favores achou que eu estava no lugar errado e me fechou, buzinando. Espaço diminuto, visual caído, pouca iluminação, barulho, ignorantada afoita... cansei mais do que nas subidas da Lapa.
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Parque da Água Branca. |
Após passar pelo túnel sob a Praça Rosevelt, peguei a 13 de Maio, sentido Shopping Paulista. Passei rápido, sem fotos pois o estresse do minhocão me tirou o tesão de passear. Cheguei na Paulista e segui sentido zona sul, pra adentrar no meu perímetro cotidiano.
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Bohemia do Bixiga. |
Conclusão: SP é realmente uma cidade de contrastes. De ciclovias de nível internacional à buraqueiras perigosas em poucas pedaladas. De vistas deslumbrantes à caos urbano em poucos minutos. Logo há de se entender porque uns amam e outros odeiam. Eu continuo amando. Apenas tiro o que a cidade tem a me oferecer. Quando ela oferece mais, fico impressionado e quando oferece menos, compreendo.
Só sei que foi um pedal delicioso e que pretendo fazer mais vezes (evitando o minhocão).
Resumo:
Pedalados 24 km em 1:37h.
Ponto mais legal: Alto da Cerro Corá.
Ponto mais tenso: Francisco Matarazzo e Minhocão.
Baixas: nenhuma.